segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Esclarecendo textos difíceis (2Pe 3.16).


O texto de Luca 1.18 que diz na Almeida “Então, perguntou Zacarias ao anjo: Como saberei isto? Pois eu sou velho, e minha mulher avançada em dias”, mas esse modo natural de indagar de Zacarias não concorda com o contexto da passagem. Nos versos 19, 20 fica claro que o anjo Gabriel repreendeu a Zacarias por ter duvidado da mensagem do anjo. Qual seria então a explicação dessa discrepância bíblica? Foi um erro de tradução. No texto original temos uma preposição grega que cria um nuance sofisticado no texto de Lucas e faz com que o sentido seja de uma pergunta retórica de negação. Um melhor tradução seria: Então, perguntou Zacarias ao anjo: De forma algum terei conhecerei isso?! Pois eu sou velho, e minha mulher avançada em dias”.
Não gosto de explicar textos bíblicos por erros na tradução, mas as vezes, isso é inevitável.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A condenação eterna do Lago de Fogo e o deus fraco das Testemunhas de jeová e dos Adventistas do sétimo dia


C.S. Lewis em seu livro “O grande abismo” discorreu com maestria sobre o Inferno, lugar provisório onde ficam as almas perdidas. É comum se juntar o Inferno e o Lago de Fogo como sendo o mesmo lugar, mas na verdade os dois lugares são distintos, o inferno é o lugar da alma-espírito morto (separado do corpo) ficar provisoriamente até o juízo final, se assemelhando muito com a cadeia, enquanto o Lago de Fogo é o lugar definitivo do castigo eterno onde os condenados após o juízo final serão enviados, muito semelhante a penitenciária do nosso sistema judiciário. A diferença básica do inferno para o Lago de Fogo é que naquele apenas as almas (mentes, vontades e emoções) dos infiéis são perturbadas, enquanto que no Lago de Fogo o tormento é tanto para a alma como para o corpo, que após o juízo receberá o galardão da injustiça (2Pe 2.13; Rm 2.6), tomando os “açoites” conforme as más obras (Lc 12.48; Mt 16.28).
O tormento do Lago de Fogo, ao contrário do Inferno, que tem seu tormento numa condição mais semelhante aos nossos pesadelos (por isso que muitos agora no inferno ainda não estão convencidos do estado de perdição, Jd), abrangerá todos os sentidos físicos: Visão (todos ali estarão sem nada enxergar, entregue as trevas exteriores); Audição (ouvindo os gritos de lamento dos condenados com seus ranger os dentes de dor); Olfato (cheirando o enxofre e fedor dos corpos em putrefação cheios de bichos nas eternas chamas); Tato (sentindo o ardor eterno das labaredas infernais) e o  paladar (suprido da água e dos alimentos, numa desesperada sede e fome).
O condenado do Lago de Fogo é desprovido de tudo ligado a Deus: cores, beleza, brilho...todas as coisas belas e sábias criadas por Deus lhe serão negadas. O condenado as eternas terríveis águas de fogo daquele Lago parado é vazio de tudo que tivera na vida terrena. Restará apenas a consciência das perdas atiçadas ou estimuladas em seu corpo de ressurreição de morte oriundo da semente da vida desprovida da fé em Jesus Cristo.
Em minhas reflexões do estado final dos perdidos no Lago de Fogo cheguei a conclusão que a condição dos condenados é tão ignóbil, tão nojenta e desprezível que qualquer mosca doméstica ou barata dessa vida tem mais dignidade e valor que aqueles eternamente desprezados. Só não são mais desprezíveis porque infelizmente EXISTEM. Existem apenas para glorificar a Deus em sua justiça e eternidade, pois se tivessem sido condenados a simplesmente serem aniquilados na inexistência Deus não seria tão glorioso e infinito. Mas Deus é assim e por isso o castigo é no sentido inverso glorioso e infinito.
Sim, o Lago de Fogo tem a função de glorificar a Deus, ele mostra o quanto o pecado contra Deus é grave, o quanto o sacrifício de Jesus foi sublime e indizível. Uma teologia sem Inferno e Lago de Fogo de eterno castigo é uma teologia dos falsos deuses, de um deus insignificante, sem majestade e eternidade. O deus das testemunhas de Jeová, dos adventistas do sétimo dia e dos espíritas, que não creem no castigo eterno dos infiéis é um deus de quinta categoria, que não merece ser temido e que toda a blasfêmia e insulto é menos que mexer com um reles cachorro bravo com uma vara longa. Como disse o Hulk no filme “Os vingadores”, quando surrou o alegado deus Loki: é um deus fraco! 

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Comentário de Mt 5.19


texto original grego:
ος εαν ουν λύση μίαν των εντολων τούτων των ελαχίστων και διδάξη ουτως τους ανθρώπους ελάχιστος κληθήσεται εν τη βασιλείατων ουρανων ος δ αν ποιήση και διδάξη ουτος μέγας κληθήσεται εν τη βασιλεία των ουρανων Mt 5.19
tradução direta:
“Qualquer, pois, que descumprir um destes pequenos mandamentos e assim ensinar aos homens
será chamado o menor no Reino dos céus, o que pratica e ensina, este será
chamado grande no Reino dos Céus”. Mt 5.19

A expressão grega  των εντολων τούτων των ελαχίστων está toda em um mesmo caso grego, o genitivo, que tem a função de adjunto adnominal, devendo ser vista numa única expressão, e não como tem feito as traduções que vertem “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja,” deste modo passa a ideia de que Jesus esteja falando de dois tipos de mandamentos: os maiores e os menores, mas pelo original, o texto está se referindo especificamente aos menores mandamentos, e não aos dois, sendo melhor traduzida como eu fiz: "Qualquer, pois, que descumprir um destes pequenos mandamentos". Jesus estava estimulando a guarda acurada ou esmerada dos mandamentos da lei, em todos os seus pontos, o verso posterior, o 20,deixa isso bem claro: “Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e farizeus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus”. As traduções como estão, dão a entender que o cristão cumprindo ou não os mandamentos irá para o Reino dos Céus, a diferença estaria que uns seriam maiores e outros menores no Reino dos Céus, mas todos irão ao Reino dos Céus independentes de cumprir ou não os mandamentos de Deus. O que não se coaduna com o cristianismo bíblico. O verdadeiro cristão é salvo porque em Cristo cumpriu pela fé toda a lei, mas sendo nascido de novo, continua a cumprira lei em sua vida cristã nos mínimos mandamentos. 

A distinção de embriaguez e bebedice


Em 1Pe 4.3 temos duas palavras interessantes para mostrarmos que a Bíblia é tanto contra a embriaguez como a bebedice, em que esta última teríamos apenas o uso das bebidas alcólicas sem necessariamente a pessoa se embriar. As palavras gregas são OINOFLUGÍA e PÓTOS, a primeira deriva da junção de OINOS (vinho) e FLÚO (desbordar, derramar) e a segunda deriva do vocábulo grego PÓSIS que se refere a ação de beber. O problema é que muitas traduções têm escolhido para traduzir o sentido da palavra OINOFLUGÍA o termo mais desconhecido na língua portuguesa que é borrachiche ou borracheira, e isso acabou por ocultar que a Bíblia tanto condena a embriguez como a bebedice. Estando em um mesmo versículo a distinção é muito clara.
Ainda no mesmo verso encotramos a palavra KÔMOS que se refere ao excesso de comida, a nossa expressão “cômico” vem dessa palavra grega, e aponta as pessoas que  por comerem demais ficam gordas. 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Correções de traduções bíblicas – At 15.39,40


εγένετο ουν παροξυσμος ωστε αποχωρισθηναι αυτους απ αλλήλων τόν τε Βαρναβαν παραλαβόντα τον Μαρκον εκπλευσαι εις Κύπρον  Παυλος δε επιλεξάμενος Σιλαν εξηλθεν παραδοθεις τη χάριτι του Θεου υπο των αδελfων

De modo que houve uma diferença de propósito entre eles, Barnabé tomando a Marcos, navegou para Chipre, e Paulo, tendo escolhido Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor

Comentário:
No verso 39 a maioria das traduções têm vertido o vocábulo grego PARACSUSMÓS por “desavença” ou “disputa”, mas tal palavra tem mais o sentido de estimulação. Deriva da junção da preposição grega PARÁ com a palavra OCSÚNO que significa “excitar”, “estimular”. PARACSUSMÓS ocorre em todo o Novo Testamento em apenas duas passagens, essa de At 15.39 e em Hb 10.24 em que lemos: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos ESTIMULARMOS ao amor às boas obras”.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o SENHOR, assim também há de estar a vossa posteridade e o vosso nome.
E será que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR.
E sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne. (Isaías 66:22-24).


COMENTÁRIO:
Este texto tem sido usado pelos adventistas para dizer que o Sábado será guardado na eternidade. Mas o texto nada fala de guarda de sábado. Se lermos com cuidado percebemos que Isaías só está usado de medidas de tempo: desde uma lua nova à outra (um mês) e de um sábado à outro (uma semana), nada é dito de se guardar o sábado. Ele na verdade está falando do milênio quando todos as nações irão vir adorar a Jesus em períodos mensais e semanais. Nada é dito de se guardar o sábado. 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A Trindade e os cristãos primitivos


Para que fique claro que os cristãos primitivos criam na Trindade, se bem que isso seja visto pelas abertas declarações de Jesus ser Deus ou em coordenar o Espírito Santo ao Pai e ao Filho, e não por uma formulação teológica do assunto, que só seria feita quando houve heresias que questionam a Divindade de Jesus, transcrevo esta parte do meu livro “Apologia da Trindade”, ainda a ser publicado. Meu objetivo é fornecer a Igreja e aos irmãos valiosas citações da antiguidade em favor da Trindade. Vejamos então o que disseram os principais cristãos dos séculos 1 e 2 sobre Jesus e o Espírito Santo dentro do credo da Trindade:

A) CLEMENTE DE ROMA, contemporâneo dos Apóstolos, disse em sua carta aos Coríntios, escrita por volta dos anos 81 e 98 do primeiro século, que “o Senhor Jesus Cristo era cetro da majestade de Deus, e que não tinha vindo, embora pudesse, no alarde da arrogância ou da soberba, mas humilde, conforme o Espírito Santo haveria dito sobre ele”(16:1). Com esta declaração, refletindo a idéia de Fp 2:5-8, Clemente de Roma deixa claro que Jesus fazia ou contribuía para a realeza de Deus, também diz que o Espírito Santo “havia dito”, asseverando sua personalidade (Repete isso também em 13:1).
Ainda nessa mesma carta, falando da nação de Israel, ele diz: “E dessa nação sairá o Santo dos santos”(29:3). Eis uma clara referência a Jesus com um título divino bem original.
Noutra parte (13:1,2) diz que Jesus fez Deus ser conhecido porque era o resplendor de sua majestade e não um anjo.
Num texto em que trata de unidade, ele fala: “Não temos nós um só Deus, um só Cristo, um só Espírito de Graça, que foi derramado sobre nós e uma só vocação em Cristo?”(46:6). Assim, ele alista o Pai, o Filho e o Espírito como uma unidade. Vale notar o dito “e uma só vocação em Cristo”, que contesta, juntamente com Ef 4:4 e Hb 3:1, que não existem duas vocações, uma celestial e outra terrena como ensinam as Testemunhas de Jeová.
Noutra referência (58:2) Clemente de Roma alista juntos o Pai, o Filho e o Espírito da seguinte maneira: “Pela VIDA de Deus, pela VIDA do Senhor Jesus Cristo e do Espírito”. O que prova que ele cria ser o Espírito Santo uma pessoa e não uma força, que indubitavelmente não possui vida. Fico também evidente que a vida do Pai equivale a vida de Jesus e do Espírito, são vidas divinas, eternas.
Também diz que Jesus é o criador de toda a criatura. Mas observe como ele diz: “Afim de esperar no seu nome (Jesus), que está na origem de toda criatura”(59:3). O que Clemente diz é que Jesus é a origem de toda a criatura, concordando com a interpretação trinitarista de Ap 3:14.
Em parte alguma de seus escritos Clemente de Roma (Que Orígenes dizia ser o mesmo de Filipenses 4:3, e que muitos chegaram a dizer que seria o autor da carta aos Hebreus) menciona que Jesus era uma criação de Deus ou alude que o Espírito Santo fosse uma força impessoal.

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B) INÁCIO DE ANTIOQUIA, célebre por sua peregrinação forçada, em cadeias, de Antioquia a Roma, por volta dos anos 107-110 para ser martirizado; foi o mais influente de todos os pais apostólicos, suas cartas tiveram grande aceitabilidade nas Igrejas primitivas e foram largamente difundidas e, segundo J. Quasten, elas “têm importância incalculável para a história do dogma da Trindade”. Foram suas cartas os principais documentos depois das Escrituras usados para defender a Divindade de Cristo em Nicéia. Não é à toa que as Testemunhas de Jeová nem sequer fazem referência ao nome desse pai apostólico, nem tão pouco citam qualquer obra erudita que diga que no princípio do cristianismo a Divindade de Jesus era negada; que o credo FORMAL da Trindade não existia, tudo bem, mas a igualdade de Jesus com o Pai era incontestável. Vejamos as declarações de Inácio conforme as suas cartas:

Inácio aos Efésios:

Pela vontade do Pai e de Jesus, nosso Deus”. Encontramos essa declaração logo na saudação de carta. Aqui fica clara a unidade de Jesus com o Pai, os dois são Deus para Inácio.

Imitadores que sois de Deus, reanimados pelo SANGUE DE DEUS”(1:1). Compare com Atos 20:27.

É preciso glorificar de todos os modos a Jesus Cristo”(1:1).

De fato Jesus Cristo, nossa vida inseparável, É O PENSAMENTO do Pai ”(3:1).

Como a Igreja está unida com Jesus Cristo, e Jesus com o Pai, afim de que todas as coisas estejam de acordo em unidade”(5:1).

sois as pedras do templo do Pai, preparadas para a construção de Deus Pai, levantadas até o alto pela alavanca de Jesus Cristo, que é a cruz, usando a corda, que é o Espírito Santo”(9:1).

recebendo o conhecimento de Deus, que é Jesus Cristo”(17:1).

De fato, o nosso Deus Jesus Cristo, segundo a economia de Deus, foi levado ao seio de Maria, da descendência de Davi e do Espírito Santo”(18:1).

quando Deus apareceu em forma de homem”(19:1).

Inácio aos Magnésios:

aos quais fo1Confiada o serviço de Jesus Cristo, que antes dos séculos estava junto do Pai e por fim se manifestou”(6:1).

Assim como o Senhor nada fez, nem por si mesmo nem por meio de seus apóstolos, sem o Pai, com o qual ele é um”(7:1).

            “Procurai manter-vos firmes nos ensinamentos do Senhor e dos apóstolos, para que prospere o que fizerdes na carne e no espírito, na fé e no amor, no Filho, no Pai e no Espírito, no princípio e no fim, unidos ao vosso digníssimo bispo e à preciosa coroa espiritual formada pelos vossos presbíteros e diáconos segundo Deus. Sejam submissos ao bispo e também uns aos outros, assim como Jesus Cristo se submeteu, NA CARNE, ao Pai, e os apóstolos si submeteram a Cristo, ao Pai e ao Espírito, a fim de que haja UNIÃO, tanto física como espiritual”(13:1) – Grifos e destaque nossos.

Inácio aos Tralianos:

permanecendo inseparáveis de Jesus Cristo Deus”(7:1).

Inácio aos Romanos:

à Igreja amada e iluminada pela bondade daquele que quis todas as coisas que existem, segundo fé e amor dela por Jesus Cristo, nosso Deus; à Igreja que preside na região dos romanos...que porta a lei de Cristo, que porta o nome do Pai; eu vos saúdo em nome de Jesus Cristo, o Filho do Pai...eu lhes desejo alegria pura em Jesus Cristo, nosso Deus

 “Nada do que é visível é bom. De fato, nosso Deus Jesus Cristo, estando agora com seu Pai, torna-se manifesto ainda mais”(3:3).

Deixai que seja imitador da paixão do meu Deus.”(6:1). Quando Inácio estava sendo aconselhado a não ir ao martírio.

Inácio a Policarpo (O mesmo discípulo do apóstolo João):

Espera aquele que está acima do tempo, atemporal, invisível, mas que se tornou visível para nós; aquele que é impalpável e impossível, mas que se tornou passível por nós, e por nós sofreu de todos os modos”(3:2).

Desejo que estejas sempre bem em nosso Deus Jesus Cristo”. Saudação final.

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C) POLICARPO, que segundo Tertuliano (séc. III) fora ordenado bispo de Esmirna pelo próprio apóstolo João, e que foi também mestre de outro trinitariano, Ireneu, declarou na sua oração na hora do seu martírio:
 “Senhor, Deus todo-poderoso, pai de teu Filho amado e bendito, Jesus Cristo, pelo qual recebemos o conhecimento do teu nome, Deus dos anjos, dos poderes, de toda a criação e de toda a geração de justos que vivem na tua presença. Eu te bendigo por me ter julgado digno desde dia e desta hora, de tomar parte entre os mártires, e do cálice de teu Cristo, para a ressurreição da vida eterna da alma e do corpo, na incorruptibilidade do Espírito Santo. Com eles, possa eu hoje ser admitido à tua presença como sacrifício gordo e agradável, como tu preparaste e manifestaste de antemão, e como realizaste, ó Deus sem mentira e veraz. Por isso e por todas as outras coisas, eu te louvo, te bendigo, te glorifico, pelo ETERNO e celestial sacerdote Jesus Cristo, teu Filho amado, pelo qual seja dada glória a ti, com Ele e o Espírito, agora e pelos séculos futuros. Amém.”(Carta escrita pela Igreja de Esmirna para a Igreja de Deus que vivia em Filomélio, 14:1-3).

Nesta mesma carta onde temos o relato do martírio de Policarpo, encontramos:
Nós adoramos, porque é o Filho de Deus”(17:3).

Irmãos, andai segundo o Evangelho, na palavra de Jesus Cristo. Com Ele, glória a Deus Pai e ao Espírito Santo”(22:1).

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D) BARNABÉ. A carta atribuída a este autor foi encontrada no século passado junto com um dos mais antigos e aceitos manuscritos do Novo Testamento, o códice Sinaítico, o que já lhe dar grande aceitabilidade. Segundo Clemente de Alexandria (séc. III) trata-se do mesmo Barnabé que fo1Cooperador de Paulo em Atos dos Apóstolos, vejamos o que nos diz Barnabé sobre a Trindade:
Se o Senhor suportou sofrer por nós, embora fosse o Senhor do mundo inteiro, a quem Deus disse desde a criação do mundo: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (5:5).

Por fim, embora ele (Jesus) tivesse ensinado a Israel e realizado tão grandes prodígios e sinais, eles não foram levados por sua pregação a AMÁ-LO ACIMA DE TUDO”(5:8).

Se o Filho de Deus se encarnou, foi para levar ao máximo os pecados daqueles que tinham perseguido mortalmente OS PROFETAS DELE. É por isso que Ele suportou. De fato, Deus diz que é deles que vem a ferida de sua carne: ‘Quando feriram o seu pastor, então as ovelhas de rebanho perecerão’. Foi ele, porém quem quis sofrer deste modo. Com efeito, era preciso que ele sofresse sobre o madeiro, vida à espada. E ‘traspassaram com cravo a minha carne, porque uma assembléia de malfeitores se levantou contra mim”(5:11).

O Senhor deu esse mandamento, porque também Ele devia oferecer a si próprio pelos nossos pecados, como receptáculo do Espírito, em sacrifício, afim de que fosse cumprida a prefiguração manifestada em Isaque”(7:3)

De fato, a Escritura fala a nosso respeito, quando Ele diz ao Filho: ‘Façamos o homem a nossa imagem e semelhança’” (12:2).

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E) ARISTIDES DE ATENAS (Primeira metade do século II). Escrita entre os anos 117 a 138 do segundo século, a brevíssima carta apologética de Aristides diz no capítulo 15 e verso 3 sobre os doze apóstolos:
Estes são os que, mais do que todas as nações da terra, encontraram a verdade, pois conhecem o Deus criador artífice do universo em seu Filho Unigênito e no Espírito Santo, e não adoram outro Deus, além desse”.

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F) QUADRATO (Primeira metade do século II). Na obra “Carta a Diogeneto”, escrita por volta do ano 120 e atribuída a Quadrato, encontramos fortes provas da Divindade de Cristo.
No capítulo sete Jesus é chamado de “o próprio artífice e criador do universo”, Quadrato deixa claro que ele nem era um anjo ou algum dos que são encarregados das administrações dos céus, quando chega no capítulo oito (8), ele conclui: “Quem de todos os homens sabia o que é Deus, antes que ele próprio viesse?”
No capítulo 9 verso 2 Quadrato diz que o próprio Deus tomou sobre si os nossos pecados e chama Jesus de imortal: “com misericórdia tomou sobre si os nossos pecados e enviou seu Filho para nos resgatar: o santo pelos ímpios, o inocente pelos maus, o justo pelos injustos, o incorruptível pelos corruptíveis, o imortal pelos mortais”.

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G) TARCIANO, O SÍRIO (Segunda parte do segundo século). Discípulo de Justino mártir, em sua obra “Discurso contra os Gregos” datada entre 170 e 172, diz no capítulo 5 algo muito semelhante ao dito de Tertuliano, falando da unidade do Pai e do Filho: “Deus existia no princípio, mas nós recebemos da tradição que o princípio é a potência do Verbo. Com efeito, o Senhor do universo, que é por si mesmo o sustentáculo de tudo, enquanto a criação não tinha ainda sido feita, estava só. Mas enquanto estava com Ele toda a potência do visível e invisível Ele próprio sustentou tudo consigo mesmo, por meio da potência do Verbo. Por vontade de sua simplicidade sai o Verbo e o Verbo, que não cai no vazio, gera a obra primogênita do Pai. Sabemos que ele é o princípio do mundo, mas produziu-se não por divisão, e sim por participação. De fato, o que se divide, fica separado do primeiro, mas o que se faz por participação, tomando caráter de uma dispensação, não deixa em falta aquilo de onde se toma. Da mesma forma que de uma só tocha se acendem muitos fogos, mas o fato de acender muitas tochas não diminui a luz da primeira, assim também o Verbo, procedendo da Potência do Pai, não deixou sem razão aquele que o havia gerado”. Pelo que tudo indica nesta declaração de Tarciano, ele cria como Téofilo na distinção do Verbo imanente interior do Verbo emitido, pronunciado por Deus que criou todas as coisas, o fato porém é que sua crença era de que Jesus sempre existiu em Deus.
No capítulo 21Temos uma afirmativa idêntica a de Quadrato, que Jesus era Deus entre os homens: “Ó gregos, nós não estamos loucos, nem pregamos idiotices, quando anunciamos que Deus apareceu em forma humana”.

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H) ATENÁGORAS DE ATENAS (Segunda metade do século II). Em “petição em favor dos cristãos” obra de Atenágoras escrita aproximadamente no ano 177, encontramos declarações claras em favor, não só dos cristãos, mas também da doutrina da Trindade. Citando os filósofos Platão e Aristóteles para defender que os cristãos não eram ateus, disse no capítulo 6: “Portanto, se Platão não é ateu, por entender que o artífice do universo é um só Deus incriado, muito menos o somos nós, POR SABER E AFIRMAR O DEUS, POR CUJO VERBO TUDO FOI FABRICADO E POR CUJO ESPÍRITO TUDO É MANTIDO. Aristóteles e sua escola, que introduzem um só Deus como uma espécie de animal composto, dizem que Deus é composto de alma e corpo e consideram como seu corpo o éter, as estrelas errante e a esfera das estrelas fixas, tudo movido circularmente; e consideram a alma como a inteligência que dirige o movimento do corpo, sem que ela própria se mova, sendo ela, em troca, a causa do movimento”.

No capítulo 10 temos as seguintes declarações: “E que ninguém considerem ridículo que, para mim, Deus tenha um filho. Com efeito, nós não pensamos sobre Deus, e também Pai, e sobre seu Filho como fantasiam vossos poetas, mostrando-nos deuses que não são nada melhores do que os homens, mas que o Filho de Deus é o Verbo do Pai em idéia e operação, pois conforme a ele e por seu intermédio tudo foi feito, sendo o PAI E O FILHO UM SÓ. Estando o Filho no Pai e o Pai no Filho por UNIDADE e poder do Espírito, o Filho de Deus é inteligência e Verbo do Pai. Se, por causa da eminência de vossa inteligência, vos correr perguntar o que quer dizer ‘Filho’, eu o darei livremente: O Filho é o primeiro broto do Pai, NÃO COMO FEITO, pois deste o princípio Deus, que é inteligência ETERNA, tinha o Verbo em si mesmo; sendo eternamente racional, mas como materiais eram natureza informe e terra inerte e estavam misturadas as coisas mais pesadas com as mais leves, para ser sobre elas idéia e operação. E o Espírito profético concorda com nosso raciocínio, dizendo: ‘O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos para suas obras’. Com efeito, dizemos que o mesmo Espírito Santo, que opera nos que falam profeticamente, é uma emanação de Deus, emanando e voltando como um raio de sol. Portanto, quem não se surpreenderá ao ouvir chamar de ateus indivíduos que ADMITEM UM DEUS PAI, UM DEUS FILHO E UM ESPÍRITO SANTO, que mostram seu poder na UNIDADE e sua distinção na ordem?

E no capítulo 24 ainda diz Atenágoras: “De fato assim confessamos Deus, o Filho, que é o Verbo, e o Espírito Santo, identificados segundo o poder, mas distinto segundo a ordem: o Pai, o Filho e o Espírito”. Interessante é que este apologista cristão deixa muito claro a distinção das Pessoas da Divindade, mostrando sua igualdade no poder, concordando perfeitamente com o credo de Atanásio.
Para defesa clara da unidade e Divindade de Cristo com o Pai, diz no capítulo 30 em sua conclusão: “Fica portanto demostrado, segundo minhas forças, embora não conforme a dignidade do assunto, que não somos ateus ao admitir como Deus, o criador de todo este universo, e o Verbo que dEle procede”.

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I) TEÓFILO DE ANTIOQUIA (Segunda metade do segundo século). Teófilo é o primeiro que cita uma palavra para designar o doutrina da Trindade (TRÍAS), vendo um simbolismo dela nos três dias que precedem a criação dos luzeiros: “Igualmente os três dias que precedem a criação dos luzeiros são símbolo da TRINDADE, de Deus, de seu Verbo e de sua Sabedoria (o Espírito Santo)”(Segundo Autólico 15). OBS: Nos primeiros séculos o Espírito Santo era chamado de “Sabedoria”(Ver Ireneu, Livro IV, 20:3).
Teófilo explica o “façamos o homem à nossa imagem e semelhança” de Gênesis 1:26 do seguinte modo: “Além disso, Deus se apresenta como se precisasse de ajuda, pois diz: ‘façamos o homem á nossa imagem e semelhança’, mas não diz a ninguém essa palavra “façamos”, a não ser ao seu próprio Verbo e à sua Sabedoria”(Segundo Autólico 18). Isso concorda perfeitamente com a interpretação trinitariana dessa passagem bíblica.
No segundo livro a Autólico 10 ele diz: “Tendo Deus o seu Verbo imanente em suas entranhas, gerou-o com sua própria Sabedoria, emitindo-o antes de todas as coisas. Teve este Verbo como ministro da sua criação e por meio dele fez todas as coisas. Este se chama Princípio, pois é Príncipe e Senhor de todas as coisas por ele feitas. Este, portanto, que é Espírito de Deus e princípio e Sabedoria e Força do Altissímo, desceu sobre os profetas, e por meio deles falou sobre a criação do mundo e tudo mais. De fato, não existiam profetas quando o mundo era feito; existia, porém, a Sabedoria que nele estava, e o seu Verbo santo, que SEMPRE estava presente com Ele. Daí ele dizer por meio de Salomão: ‘Quando ele preparava o céu, eu estava com ele, e quando Ele afirmava os alicerces da terra, eu estava junto dele, harmonizando tudo’ ”. Nesta citação encontramos claramente que Jesus sempre esteve com Deus, também esse pai apologista explica porquê Jesus é chamado de Princípio, porque era ‘o Príncipe e o Senhor de todas as coisas por Ele feitas’ e não por ser, como querem as T.J. , o primeiro criado. Note também que o Espírito Santo recebe o mesmo título de Princípio dado a Jesus. Ele também mostra que tanto a Sabedoria (o Espírito Santo) e o Verbo sempre estavam com o Pai.
A citação do segundo livro a Autólico (22) é impressionante para a defesa da Divindade de Cristo, pois Teófilo cita Jo 1:1: “Agora me dirás: ‘Tu dizes que Deus não deve estar circunscrito a nenhum lugar. Como agora dizes que Deus passeava no jardim? Ouve a resposta. Deus, o Pai do universo, é imenso e não está limitado a um lugar, pois não existe lugar para seu descanso. O Verbo, porém, pelo qual fez todas as coisas, sendo sua potência e sabedoria, tomando a figura do Pai e Senhor do universo, foi ele que se apresentou no jardim em figura de Deus e conversava com Adão. De fato, a própria divina Escritura nos ensina que Adão disse ter ouvido a sua voz. Que outra coisa é essa voz senão o Verbo de Deus, que é também seu Filho? Filho não à maneira como poetas e mitógrafos dizem que nascem filhos dos deuses por união carnal, mas como a verdade explica que o Verbo de Deus está sempre imanente no coração de Deus.  Porque antes de criar alguma coisa, o tinha por conselheiro, pois era sua mente e pensamento. E quando Deus quis fazer tudo o que havia deliberado, gerou esse verbo proferido, como primogênito de toda a criação, não esvaziado-se de seu Verbo, mas gerando o Verbo e conversando sempre com Ele. Por isso, as santas Escrituras e todos os portadores do Espírito nos ensinam, dentre as quais João diz: ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus’, dando a entender que no princípio existia apenas Deus e nele o seu Verbo. Depois diz: ‘E Deus era o Verbo. Tudo foi feito por Ele, e sem Ele nada foi feito’. Portanto, sendo o Verbo Deus e nascido de Deus, quando o Pai do universo quer, Ele o envia a algum lugar e, chegando aí, Ele é ouvido e visto, pois é enviado por Ele e se encontra em algum lugar”. Esta citação perfeitamente mostra a Divindade de Cristo, além de explicar que Ele era quem se manifestava no Antigo Testamento e que sua filiação divina não era como as concebidas pelos pagãos (e por extensão as T.J.), Jesus era Filho porque sempre esteve no Pai. Também esclarece o sentido de Jesus ser chamado do Primogênito de toda a criação, pois após Ter deliberado a criação, Deus gerou do Verbo imanente o Verbo proferido sem dEle contudo se esvaziar, ou seja o termo primogênito foi dado a Cristo com relação a criação, não no sentido dEle Ter sido o primeiro ser a vir a existir, mas para ser herdeiro, como veremos posteriormente.  É de grande valor o modo como Teófilo escreveu Jo 1:1, pois na segunda sentença ele diz o “Verbo estava em Deus” e não o “Verbo estava com Deus”, a primeira forma destaca um união profunda entre o Filho e o Pai, e também a sentença final do versículo é colocada na sua forma original “Deus era o Verbo” e não o “Verbo era Deus” e isso tem um grande valor para impedir a colocação do artigo indefinido um, como esclareceremos também posteriormente
Estas citações, portanto, provam contundentemente que o pensamento cristão primitivo era essencialmente trinitariano.
É interessante que a própria revista “Deve-se Crer na Trindade...” diz que os pais pré-Nicéia criam na Trindade e deram a sua forma, é na página 11, que diz: “A the New Schaff-Herzong Encyclopedia of Religious Knowledge”(Nova Enciclopédia de Conhecimento Religioso, de Schaff-Herzong) mostra a influência dessa filosofia grega: As doutrinas do Logos e da Trindade receberam a sua forma de Pais Gregos, que...foram muito influenciados, direta ou indiretamente, pela filosofia platônica”. Ora, esses “Pais Gregos” são alguns dos mesmos citados Pais pré-Nicéia da página 7, ou seja, Justino, mártir, que além de ter sido uns dos primeiros apologistas cristão, foi também o primeiro a se valer da filosofia platônica para defender a fé cristã. Tarciano, Clemente de Alexandria, e Orígenes foram outros que utilizaram a mesma filosofia para explicar o cristianismo.
Vale lembrar que a mesma “Alexandria” que dá o sobre-nome de Clemente, é a mesma que os autores da revista citam na página 11, dizendo: “Assim, em Alexandria, no Egito, os eclesiásticos da última parte do terceiro e o início do quarto século, tais como Atanásio, refletiram essa influência ao formularem idéias que levaram à Trindade.” (Se bem que a datação está propositadamente adiantada). Desse modo, fica clara a falácia, a mentira e o engano, em que para tentar negar a Trindade esses hereges mentem, ocultam as coisas e manipulam o leitor.

terça-feira, 10 de abril de 2012

O Espírito Santo no Pai e no Filho

Comparando Jo 14.6 e Ef 2.18 percebemos como o Espírito Santo sempre está presente nas relações entre Deus-Pai e Deus-Filho e a humanidade.

Lemos em Jo 14.6 que ninguém vem ao Pai a não ser por Jesus, neste texto não há qualquer menção ao Espírito Santo, mas isso não quer dizer que não ocorra sua participação, nos mostrando que há uma participação do Espírito Santo de forma velada ou implícita. É o texto de Ef 2.18 que confirma essa verdade. Segundo este verso é por Jesus que temos acesso ao Pai pelo Espírito.

Daí a constatação de que em Jo 10.30 existe também o Espírito Santo. Já que em Jo 17.22, 23 fala que os discípulos são um com o Pai e o Filho em perfeita unidade. Ora, a unidade da igreja é pelo Espírito, conforme lemos em Ef 4.3, se, pois, a unidade da igreja é pelo Espírito Santo, e esta o é igual a do Pai e a do Filho, conclui-se que é o Espírito Santo quem une o Pai e o Filho.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Texto autobiográfico -- Uma mente além da imaginação

1) Tenho dislexia. Por conta disso tenho de reler várias vezes o que escrevo antes de publicar, e muitas vezes por pressa, acabo publicando texto com falhas de digitação. Tenho de me re-re-concentrar sempre; tentar encontrar minhas falhas onde não vi e quase não posso ver é um desafio constante. Creio que penso mais rápido que escrevo e falo, e que de alguma forma fui hipnotizado ou me auto-hipnotizei em algum lugar do meu passado. Nesta hipnose devo ter dado um comando que atrapalha tudo. Não sei. O que sei é que preciso ser melhor do que o que sou para ser um escritor.

2) Sou gago de nascença. Meu pai era gago, alguns de meus irmãos são gagos, quase todos os meus filhos são gagos. Praticamente toda minha adolescência foi em silêncio pela vergonha de falar diante dos outros garotos e principalmente garotas. Por isso sofri "bulling" na escola (Presidente Médici do Mucuripe, hoje Torres de Melo). Meu apelido era "Caqui" um personagem de uma série cômica da TV Globo dos anos 80 (Balança Mais Não Cai). Mas por outro lado me tornei um pensador. Tinha de refletir antes de falar. Meu "presente" da chamada era um verdadeiro desafio. Dizia: Pre..pre...pre...pre..presente! Ufa! Mas consegui superar a gagueira. Hoje só gaguejo seu quiser, graças a Deus!
3) Fui esquizofrênico. Meu período de pré-salvação estive nessa doença por influencia de espíritos do mal. O diabo tudo fez para se apoderar de mim. Ele não podia perder um menino bom e inteligente para Jesus, o futuro capitão américa não podia ser Cristão. Tudo fez. Demônios me perturbaram em minha pré-salvação, já que nesse período o diabo ainda pode tragar os que estão abandonado o erro (Mt 13.20, 21; At 8.21; 13.6-10 com 2Tm 2.17, 18; 1Ts 3.5; 2Pe 2.14; Hb 3.12; 2Ts 3.2; 10.30). Fui tido por louco. Minha mãe me levou a dois psiquiatras e a um centro espírita. Meu pai me levou a dois macumbeiros. Um do Serviluz e outra de outro bairro. Depois ele me levou a um psiquiatra particular, que me diagnosticou com esquizofrênico, passando altas doses de diazepan, a conhecida "aranha", para me controlar. Relutei em tomar os medicamentos, mas para poder ir a Escola saber como estava minha situação escolar, cedi, e tomei da mão de meu irmão (maninho) a droga. Fui drogado para a Escola (Colégio Estadual Justiniano de Serpa). Entrei noutra realidade. Mas depois sozinho, desviado da igreja (Assembleia de Deus), consegui sair da alienação mental. Voltei em uma sacada de mente brilhante, fiz de conta que era normal para melhor passar e voltar a igreja sem tanto alarde.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Correções de traduções bíblicas (Lc 17.34)

Na Tradução Brasileira novamente publicada houve um erro gravíssimo em Lc 18.34, que deveria se traduzido assim: Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será deixado" como traduziu a versão Almeida. Mas a nova Tradução Brasileira verteu a passagem com a possibilidade de se trata de dois homens que se deitam numa mesma cama, o que sugeriria um tipo de relação homossexual. É verdade que tal possibilidade de tradução é possível no texto grego, já que fica nítido que se trata de dois homens em contraste com as duas mulheres do verso 35, mas tal ênfase feita nessa nova tradução brasileira pode dar margens a interpretações que favoreçam a ideia reinante de que Deus não é contra a homossexualidade.
Também é importante que se diga que na época bíblica as camas eram um tipo de esteira onde as pessoas poderiam dormir juntas, dois irmãos, pai e filhos, vários amigos, etc. É, pois, de certa forma preconceituoso não querer perceber que homens podiam dormir juntos, no sentido, por exemplo, como a alegação do cantor Michael Jackson, que afirmava dormir com crianças sem nenhum apelo erótico ou sexual.