quarta-feira, 12 de março de 2014

O calvinismo em xeque

Não nego que no atual secularismo pós-moderno as "igrejas" acabaram adotando uma visão existencialista da vida, pensando sempre no aqui e agora. É o que vemos no neo-pentecostalismo. No entanto, num embate a isso, há, principalmente no Brasil, uma renovação doutrinária, em que as igrejas pentecostais, tentando se esquivar desse modo existencialista das neo-pentecostais, voltaram-se para a doutrina das igrejas reformadas. Assim, hoje em quase todo o Brasil o calvinismo invadiu as igrejas pentecostais tradicionais como as assembleias de Deus. Diante disso, como apologistacristão estarei iniciando um debate sério e profundo sobre este tema.

terça-feira, 11 de março de 2014

Correções de traduções bíblicas (Lc 17.34)
Na Tradução Brasileira novamente publicada  houve um erro gravíssimo em Lc 17.34, que deveria se traduzido assim: Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será deixado" como traduziu a versão Almeida. Mas a nova Tradução Brasileira verteu a passagem com a possibilidade de se trata de dois homens que se deitam numa mesma cama, o que sugeriria um tipo de relação homossexual.  É verdade que tal possibilidade de tradução é possível no texto grego, já que fica nítido que se trata de dois homens em contraste com as duas mulheres do verso 35, mas tal ênfase feita nessa nova tradução brasileira pode dar margens a interpretações que favoreçam a ideia reinante de que Deus não é contra a homossexualidade.
Também é importante que se diga que na época bíblica as camas eram um tipo de esteira onde as pessoas poderiam dormir juntas, dois irmãos, pai e filhos, vários amigos, etc. É, pois, de certa forma preconceituoso não querer perceber que homens podiam dormir juntos, no sentido, por exemplo, como a alegação do cantor Michael Jackson, que afirmava dormir com crianças sem nenhum apelo erótico ou sexual. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Esclarecendo textos difíceis (2Pe 3.16).


O texto de Luca 1.18 que diz na Almeida “Então, perguntou Zacarias ao anjo: Como saberei isto? Pois eu sou velho, e minha mulher avançada em dias”, mas esse modo natural de indagar de Zacarias não concorda com o contexto da passagem. Nos versos 19, 20 fica claro que o anjo Gabriel repreendeu a Zacarias por ter duvidado da mensagem do anjo. Qual seria então a explicação dessa discrepância bíblica? Foi um erro de tradução. No texto original temos uma preposição grega que cria um nuance sofisticado no texto de Lucas e faz com que o sentido seja de uma pergunta retórica de negação. Um melhor tradução seria: Então, perguntou Zacarias ao anjo: De forma algum terei conhecerei isso?! Pois eu sou velho, e minha mulher avançada em dias”.
Não gosto de explicar textos bíblicos por erros na tradução, mas as vezes, isso é inevitável.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A condenação eterna do Lago de Fogo e o deus fraco das Testemunhas de jeová e dos Adventistas do sétimo dia


C.S. Lewis em seu livro “O grande abismo” discorreu com maestria sobre o Inferno, lugar provisório onde ficam as almas perdidas. É comum se juntar o Inferno e o Lago de Fogo como sendo o mesmo lugar, mas na verdade os dois lugares são distintos, o inferno é o lugar da alma-espírito morto (separado do corpo) ficar provisoriamente até o juízo final, se assemelhando muito com a cadeia, enquanto o Lago de Fogo é o lugar definitivo do castigo eterno onde os condenados após o juízo final serão enviados, muito semelhante a penitenciária do nosso sistema judiciário. A diferença básica do inferno para o Lago de Fogo é que naquele apenas as almas (mentes, vontades e emoções) dos infiéis são perturbadas, enquanto que no Lago de Fogo o tormento é tanto para a alma como para o corpo, que após o juízo receberá o galardão da injustiça (2Pe 2.13; Rm 2.6), tomando os “açoites” conforme as más obras (Lc 12.48; Mt 16.28).
O tormento do Lago de Fogo, ao contrário do Inferno, que tem seu tormento numa condição mais semelhante aos nossos pesadelos (por isso que muitos agora no inferno ainda não estão convencidos do estado de perdição, Jd), abrangerá todos os sentidos físicos: Visão (todos ali estarão sem nada enxergar, entregue as trevas exteriores); Audição (ouvindo os gritos de lamento dos condenados com seus ranger os dentes de dor); Olfato (cheirando o enxofre e fedor dos corpos em putrefação cheios de bichos nas eternas chamas); Tato (sentindo o ardor eterno das labaredas infernais) e o  paladar (suprido da água e dos alimentos, numa desesperada sede e fome).
O condenado do Lago de Fogo é desprovido de tudo ligado a Deus: cores, beleza, brilho...todas as coisas belas e sábias criadas por Deus lhe serão negadas. O condenado as eternas terríveis águas de fogo daquele Lago parado é vazio de tudo que tivera na vida terrena. Restará apenas a consciência das perdas atiçadas ou estimuladas em seu corpo de ressurreição de morte oriundo da semente da vida desprovida da fé em Jesus Cristo.
Em minhas reflexões do estado final dos perdidos no Lago de Fogo cheguei a conclusão que a condição dos condenados é tão ignóbil, tão nojenta e desprezível que qualquer mosca doméstica ou barata dessa vida tem mais dignidade e valor que aqueles eternamente desprezados. Só não são mais desprezíveis porque infelizmente EXISTEM. Existem apenas para glorificar a Deus em sua justiça e eternidade, pois se tivessem sido condenados a simplesmente serem aniquilados na inexistência Deus não seria tão glorioso e infinito. Mas Deus é assim e por isso o castigo é no sentido inverso glorioso e infinito.
Sim, o Lago de Fogo tem a função de glorificar a Deus, ele mostra o quanto o pecado contra Deus é grave, o quanto o sacrifício de Jesus foi sublime e indizível. Uma teologia sem Inferno e Lago de Fogo de eterno castigo é uma teologia dos falsos deuses, de um deus insignificante, sem majestade e eternidade. O deus das testemunhas de Jeová, dos adventistas do sétimo dia e dos espíritas, que não creem no castigo eterno dos infiéis é um deus de quinta categoria, que não merece ser temido e que toda a blasfêmia e insulto é menos que mexer com um reles cachorro bravo com uma vara longa. Como disse o Hulk no filme “Os vingadores”, quando surrou o alegado deus Loki: é um deus fraco! 

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Comentário de Mt 5.19


texto original grego:
ος εαν ουν λύση μίαν των εντολων τούτων των ελαχίστων και διδάξη ουτως τους ανθρώπους ελάχιστος κληθήσεται εν τη βασιλείατων ουρανων ος δ αν ποιήση και διδάξη ουτος μέγας κληθήσεται εν τη βασιλεία των ουρανων Mt 5.19
tradução direta:
“Qualquer, pois, que descumprir um destes pequenos mandamentos e assim ensinar aos homens
será chamado o menor no Reino dos céus, o que pratica e ensina, este será
chamado grande no Reino dos Céus”. Mt 5.19

A expressão grega  των εντολων τούτων των ελαχίστων está toda em um mesmo caso grego, o genitivo, que tem a função de adjunto adnominal, devendo ser vista numa única expressão, e não como tem feito as traduções que vertem “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja,” deste modo passa a ideia de que Jesus esteja falando de dois tipos de mandamentos: os maiores e os menores, mas pelo original, o texto está se referindo especificamente aos menores mandamentos, e não aos dois, sendo melhor traduzida como eu fiz: "Qualquer, pois, que descumprir um destes pequenos mandamentos". Jesus estava estimulando a guarda acurada ou esmerada dos mandamentos da lei, em todos os seus pontos, o verso posterior, o 20,deixa isso bem claro: “Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e farizeus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus”. As traduções como estão, dão a entender que o cristão cumprindo ou não os mandamentos irá para o Reino dos Céus, a diferença estaria que uns seriam maiores e outros menores no Reino dos Céus, mas todos irão ao Reino dos Céus independentes de cumprir ou não os mandamentos de Deus. O que não se coaduna com o cristianismo bíblico. O verdadeiro cristão é salvo porque em Cristo cumpriu pela fé toda a lei, mas sendo nascido de novo, continua a cumprira lei em sua vida cristã nos mínimos mandamentos. 

A distinção de embriaguez e bebedice


Em 1Pe 4.3 temos duas palavras interessantes para mostrarmos que a Bíblia é tanto contra a embriaguez como a bebedice, em que esta última teríamos apenas o uso das bebidas alcólicas sem necessariamente a pessoa se embriar. As palavras gregas são OINOFLUGÍA e PÓTOS, a primeira deriva da junção de OINOS (vinho) e FLÚO (desbordar, derramar) e a segunda deriva do vocábulo grego PÓSIS que se refere a ação de beber. O problema é que muitas traduções têm escolhido para traduzir o sentido da palavra OINOFLUGÍA o termo mais desconhecido na língua portuguesa que é borrachiche ou borracheira, e isso acabou por ocultar que a Bíblia tanto condena a embriguez como a bebedice. Estando em um mesmo versículo a distinção é muito clara.
Ainda no mesmo verso encotramos a palavra KÔMOS que se refere ao excesso de comida, a nossa expressão “cômico” vem dessa palavra grega, e aponta as pessoas que  por comerem demais ficam gordas. 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Correções de traduções bíblicas – At 15.39,40


εγένετο ουν παροξυσμος ωστε αποχωρισθηναι αυτους απ αλλήλων τόν τε Βαρναβαν παραλαβόντα τον Μαρκον εκπλευσαι εις Κύπρον  Παυλος δε επιλεξάμενος Σιλαν εξηλθεν παραδοθεις τη χάριτι του Θεου υπο των αδελfων

De modo que houve uma diferença de propósito entre eles, Barnabé tomando a Marcos, navegou para Chipre, e Paulo, tendo escolhido Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor

Comentário:
No verso 39 a maioria das traduções têm vertido o vocábulo grego PARACSUSMÓS por “desavença” ou “disputa”, mas tal palavra tem mais o sentido de estimulação. Deriva da junção da preposição grega PARÁ com a palavra OCSÚNO que significa “excitar”, “estimular”. PARACSUSMÓS ocorre em todo o Novo Testamento em apenas duas passagens, essa de At 15.39 e em Hb 10.24 em que lemos: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos ESTIMULARMOS ao amor às boas obras”.